Baptista Bastos, na sua crónica de sexta-feira no Jornal de Negócios, recorda um escritor de quem gosto muito e que, infelizmente, é frequentemente esquecido: Fernando Namora.
Deu-me vontade de aproveitar as férias para mergulhar nos seus livros. Li quase toda a sua obra durante a juventude e imagens de alguns livros mantiveram-se vivas na minha memória até hoje, graças à sua enorme força narrativa.
Gosto especialmente de Casa da Malta, A Noite e a Madrugada, O Trigo e o Joio, Domingo à Tarde e, já inscrito numa outra fase da sua escrita, Rio Triste.
Como diz o BB na sua crónica – que vale a pena ler com atenção todas as semanas, não só pelas opiniões convictamente assumidas, mas sobretudo pelas lições de história e cultura com a mais-valia da sua finíssima prosa – Namora “pertenceu a uma época em que a cultura dispunha de poder, e a um grupo de intelectuais que tinha como objectivo realizar uma teoria de conjunto da injustiça social”.
Que diria hoje, se estivesse aqui?
O valor da cultura está nas ruas da amargura, para além do seu valor facial - ou seja, para ganhar mais, ter melhor posição social, mais visibilidade. E mesmo nesta vertente a preguiça, o desinteresse e a alienação prevalecem.
ResponderEliminarCultura? Filosofia? Pensar? A política e a economia arrastaram consigo os princípios que nos distinguem da bestialidade. E, no entanto, a mais valia deveria emanar destas duas disciplinas.
Ao deixarem, e até alimentarem o clima de desinteresse geral, de pão e circo (e aí a coisa também está mal!...), de vanidade, estão a a dar tiros nos pés.
Mas entretanto a cultura já sofreu.
Grande falha minha, nunca li nada do Sr. Fernando Namora.
ResponderEliminarTambém podem ler o Baptista Bastos no Diário de Noticias, às quartas-feiras.Nunca perco.
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