sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Nem amo nem senhor


Como é possível alguém sentir-se assim tão agrilhoado?

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Greve Geral


Estou em greve

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O futuro está nos jovens?


Elísio Estanque é um sociólogo ligado à Universidade de Coimbra e ao grupo de cientistas sociais da Faculdade de Economia “liderado” por Boaventura Sousa Santos, que durante muito tempo teve como tema central das suas investigações as questões ligadas ao trabalho e ao movimento sindical.

Recentemente tem desenvolvido investigação na área dos movimentos sociais, nomeadamente o movimento estudantil de Coimbra.

Em entrevista ao Público, Estanque alerta para as consequências da precariedade laboral com que os jovens estão confrontados e a sua falta de perspectivas de futuro, assinalando que o protesto dos universitários contra os cortes na atribuição das bolsas pode ser o início de um novo ciclo de insurreição.

Será?

Vale a pena ler a entrevista e reflectir seriamente.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O Direito voou para longe



Portugal deixou de ser um Estado de Direito.

Quando permite que uma empresa de capitais 100% públicos despeça trabalhadores por e-mail e no dia seguinte já lhes tenha confiscado o posto de trabalho substituindo-os por outros funcionários, o Estado perdeu não só a vergonha como a legitimidade moral para fazer respeitar a lei.

A situação não é fictícia, infelizmente: ontem, a Groundforce, detida na totalidade pela TAP, empresa pública, comunicou aos seus 336 trabalhadores de Faro a suspensão da operação naquele aeroporto – e esta manhã já tinha outros funcionários (que ontem mesmo fez seguir de Lisboa) a desempenhar as funções dos despedidos.

Uma das razões alegadas pela administração da empresa de “handling” para o fim das operações em Faro é a acumulação de prejuízos naquele aeroporto, especialmente devido à concorrência de uma outra empresa, que pratica preços mais baixos. Curiosamente, trata-se da Portway, também de capital público.

Face a gravidade de uma situação que nunca deveria ter acontecido, a ministra do Trabalho limita-se a afirmar que o Governo está atento à situação e vai analisar a forma como o processo foi conduzido.

«O que o Governo vai ter que fazer em relação a essa matéria, como faz em qualquer situação de despedimentos, é verificar a forma como esse processo foi conduzido», afirmou a governante, citada pela TSF online.

«A Autoridade para as Condições do Trabalho irá fazer essa análise, na medida em que é a forma de actuar em todos os casos deste tipo», acrescentou Helena André.

Curiosamente, as declarações da ministra foram feitas à margem de uma conferência sobre Direito do Trabalho.

Comentários para quê? Façamos a revolução!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O trabalho e os dias

É muito importante reflectir sobre o momento actual, profundamente marcado pela crise económica, as elevadas taxas de desemprego e de precariedade laboral e, consequentemente, pela pobreza e a exclusão social.

Esta é uma situação transversal às sociedades contemporâneas ocidentais dos chamados países desenvolvidos, especialmente da Europa.

Mas uma reflexão crítica séria exige que se convoque um conjunto de quadros teóricos para dar corpo aos conhecimentos empíricos que todos possuímos, baseados em experiências pessoais ou não. Só assim é possível compreender que acções foram empreendidas pelos actores para desembocarmos neste presente aparentemente sem futuro.

E pode também auxiliar na tomada de decisão sobre a participação na greve geral de 24 de Novembro: contra tudo e todos ou por tudo e todos?

Para uma abordagem geral e simples à Sociologia do Trabalho sugiro dois livros:

- Freire, João (2001) Sociologia do Trabalho: Uma Introdução, Porto, Afrontamento (a primeira edição é de 1993)

- Keith Grint (2002), Sociologia do Trabalho, Lisboa, Instituto Piaget (a edição inglesa é de 1998)

Uma referência crítica ao livro de Grint pode ser lida aqui

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A República e os horários de trabalho




Entre as muitas actividades desenvolvidas no âmbito das comemorações do centenário da República, uma recomendo vivamente: a exposição “Viva a República! 1910-2010!”, patente até 1 de Dezembro na Cordoaria Nacional, a Belém (Lisboa).

A mostra é excelente, bem organizada, com soluções expositivas muito interessantes e um equilíbrio pouco habitual entre meios tecnológicos e acervo histórico.

Está lá, numa atractiva viagem cronológica, a germinação dos ideais republicanos e a instauração do regime, a vida política, social, cultural e artística deste período – incluindo participação de Portugal na I Grande Guerra – até ao golpe de 28 de Maio de 1926 e à ditadura militar subsequente, bem como o movimento de resistência à implantação do Estado Novo.

Mas no meio de tão grande profusão de acontecimentos num tão curto período, um houve que me chamou especialmente a atenção e que aqui deixo para reflexão:

Quando em 1908 os republicanos ganham a Câmara de Lisboa, os funcionários municipais conquistam um horário de trabalho de 8 horas diárias.

Um século depois, como estão?