Regresso aos clássicos

Nestes tempos de incerteza – mesmo no que diz respeito aos quadros de referência – é sempre salutar procurar respostas nos clássicos.

Foi, pois, com agradável surpresa que deparei com esta chamada de atenção para a publicação de uma referência incontornável do estudo sociológico: “As Regras do Método Sociológico”, de Émile Durkheim.

Uma leitura que devia ser obrigatória para todos os estudantes de Sociologia. Talvez assim alguns trabalhos académicos não sofressem de tantas falhas metodológicas…

A ler, aqui

1º de Maio

Angel Larroque Echevarría (1874-1961)

Não, não me esqueci do Dia do Trabalhador.

Mas o desalento foi grande, a desesperança maior: num momento particularmente difícil, as centrais sindicais juntam menos pessoas nas suas acções comemorativas/reivindicativas.

Lamento o pessimismo, mas o quadro de Echevarría sobre um acidente de trabalho é o que me parece mais adequado ao 1º de Maio.

Ainda não é tempo de acordarmos?!

25 de Abril, sempre...

... e agora mais do que nunca!

O que sobra

Alentejo

É a dívida pública, o PEC (I, II, III ou IV), o desemprego, a precariedade, a exclusão social e o aumento da pobreza...

E chega o FEEF com o FMI à boleia, e mais austeridade, mais desemprego, mais desregulação laboral...

Saudemos o pouco que nos sobra: a beleza de um seara, quando o calor desperta.

... E eles continuam a ganhar mais

O Dia Internacional da Mulher está ainda suficientemente próximo para que faça aqui uma breve referência ao fosso salarial entre homens e mulheres – embora seja sempre oportuno denunciar esta gritante desigualdade. A análise é do Observatoire des Inégalités e demonstra que na Europa, em média, os homens ganham mais 29,2% do que as mulheres. A desigualdade atinge os 51% na Áustria, e Portugal, pasme-se, está a meio da tabela, com uma diferença entre géneros de 30%. Já agora vale a pena observar também a diferença salarial – tanto no caso dos homens como no das mulheres – entre os trabalhadores portugueses e os dos mais antigos Estados-membros da UE, como a Alemanha, Dinamarca ou Reino Unido… Os dados são do Eurostat e referem-se a 2005. Alguém acredita que algo mudou?

Ainda Marx

Não me tinha ainda apercebido da publicação desta pequena preciosidade, para a qual chamo a atenção.

Descobri-a agora, aqui.

É sempre bom regressar a Marx e reflectir sobre o que foi, o que é o que poderá ser (ou não) a nossa vida comum.

Honestidade intelectual, precisa-se!

Willem Cornelisz Duyster (1599 – 1635)


Já nos habituámos a toda a espécie de deriva ideológica ao sabor dos interesses do momento. Não devia ser assim, mas é e até já nem nos indignamos.

Mas a uma ministra socialista e ex-sindicalista exijo-lhe, ao menos, honestidade intelectual.

Vir justificar as alterações propostas às indemnizações por despedimento com o exemplo de Espanha, encobrindo as muitas diferenças que existem entre as duas realidades – do valor do salário mínimo às parcelas que entram no cálculo da indemnização (em Portugal é só o vencimento base mais diuturnidades e em Espanha contam todos os suplementos, da isenção de horário ao trabalho nocturno) – é, no mínimo, intelectualmente desonesto.

Mais vale dizer que queremos fazer concorrência à China, nivelando as condições laborais e salariais pelos mesmos padrões (que já nem hipocritamente criticamos…)!

Sinceramente, esperava mais.