quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O futuro está nos jovens?


Elísio Estanque é um sociólogo ligado à Universidade de Coimbra e ao grupo de cientistas sociais da Faculdade de Economia “liderado” por Boaventura Sousa Santos, que durante muito tempo teve como tema central das suas investigações as questões ligadas ao trabalho e ao movimento sindical.

Recentemente tem desenvolvido investigação na área dos movimentos sociais, nomeadamente o movimento estudantil de Coimbra.

Em entrevista ao Público, Estanque alerta para as consequências da precariedade laboral com que os jovens estão confrontados e a sua falta de perspectivas de futuro, assinalando que o protesto dos universitários contra os cortes na atribuição das bolsas pode ser o início de um novo ciclo de insurreição.

Será?

Vale a pena ler a entrevista e reflectir seriamente.

3 comentários:

  1. isto é o que me preocupa: "precariedade laboral com que os jovens estão confrontados e a sua falta de perspectivas de futuro".

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  2. A questão do conflito de gerações é há muito usado para rebater a questão da luta de classes. Mas que o problema dos jovens assume uma acutilância crescente, disso parece não haver margem para dúvidas.
    Claro que na luta de classes o confronto, o conflito, foram agravados com a evolução da sociedade, o acesso ao conhecimento e a própria democratização que os tempos impuseram.
    Quanto aos jovens, não sendo o questionamento deles necessariamente sobre os mais velhos, poderão um dia pedir contas. O que somado à desconfiança em relação aos políticos pode dar ou agravar as crispações de rua, quem sabe?
    Não é por acaso que o sistema de previdência social foi a pouco e pouco afastado dos propósitos iniciais, para chegarmos ao estado actual em que aparentemente se trata de uma redistribuição pura e simples. Ou seja, lá temos o discurso sobre os jovens a pagar as reformas...
    Os políticos assobiam para o ar, é tudo obra do passado, ninguém sabe o que foi feito dos dinheiros descontados pelos velhos que neles depositaram esperanças. Até houve um, hoje em mais altos cargos, e a querer repetir, que sacrificou esses dinheiros à construção de auto-estradas, pontes e centros culturais. Esses fundos, afinal, foram atirados para a fogueira, atiça-se os mais novos na convicção de que é um favor pagar a quem se retira do trabalho.
    Por outro lado, insiste-se em fazer sair os mais velhos (ainda sem idade para tal, muitos deles), sem que políticos e empresários preencham esses lugares - com jovens, evidentemente.
    Em democracia, o lugar e o tempo para cobrar estas dúvidas chama-se processo eleitoral. Às vezes é o logro, após todas as outras desilusões. E é (também) aí que a faísca pode desencadear o incêndio. A democracia deixa de funcionar quando a válvula de escape entope...

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  3. Essa é uma preocupação que mantenho sempre, até porque tenho filhos. Realmente, não se vê futuro para a juventude nem para o resto da população. Simplesmente não se vê qualquer futuro para o país.

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