terça-feira, 2 de novembro de 2010

A República e os horários de trabalho




Entre as muitas actividades desenvolvidas no âmbito das comemorações do centenário da República, uma recomendo vivamente: a exposição “Viva a República! 1910-2010!”, patente até 1 de Dezembro na Cordoaria Nacional, a Belém (Lisboa).

A mostra é excelente, bem organizada, com soluções expositivas muito interessantes e um equilíbrio pouco habitual entre meios tecnológicos e acervo histórico.

Está lá, numa atractiva viagem cronológica, a germinação dos ideais republicanos e a instauração do regime, a vida política, social, cultural e artística deste período – incluindo participação de Portugal na I Grande Guerra – até ao golpe de 28 de Maio de 1926 e à ditadura militar subsequente, bem como o movimento de resistência à implantação do Estado Novo.

Mas no meio de tão grande profusão de acontecimentos num tão curto período, um houve que me chamou especialmente a atenção e que aqui deixo para reflexão:

Quando em 1908 os republicanos ganham a Câmara de Lisboa, os funcionários municipais conquistam um horário de trabalho de 8 horas diárias.

Um século depois, como estão?

3 comentários:

  1. Quero ir ver, ainda bem que prolongar o prazo porque senão já não tinha oportunidade.

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  2. Podem não estar melhor, ou até estar pior. Mas a República não tem culpa. Nem os Costas, o Afonso ou o António. Somos nós, que deixamos a "res publica" sujeita à má moeda de que falava Cavaco a propósito de Santana Lopes. E é por isso que surgem os "costas", uns melhores outros piores. Outros pelo contrário, e até com outros nomes de família.

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  3. É uma boa pergunta. Provavelmente têm horários de 10 horas, graças às possibilidades previstas no Código do Trabalho para prolongar o dia de trabalho, como o banco de horas, etc.
    Fico profundamente triste com estes exemplos, que me colocam olhos dentro a realidade: em Portugal os trabalhadores estão a andar para trás nos seus direitos - se calhar a recuar para há 100 anos!

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